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A TAL LINHA

11-11-2013 17:54

A TAL LINHA

Há realmente uma linha que separa coisas.

Uma linha continua ou de tracejado com underscores muito juntos, mas outros com um espaço enorme entre eles, tendencialmente em crescendo.

O azeite vem sempre ao de cima.

E fica do lado bom, o saboroso, o que distingue a Verdade da mentira, a Amizade do pretenso substantivo usado com esse nome.

Viva o Tempo que passa.

Vivam Amigos.

Aos meus miradouros, pilares e desembaciadores da visão, thanks.

Vivi o melhor derby da minha Vida.

Love you.

Boletim Meteorológico

01-10-2013 17:34

 

O Sol brilha.

 Naturalmente brilham as estrelas.

Uma leve brisa de humidade, perfumada de jasmim e tília, invade a atmosfera e espalha a harmonia.

Há sorrisos amenos e uma temperatura, atípica para a época, que convida a um passeio num barco plácido. Sem ondas.

Está de chuva.

Mas só por fora.

O dia em que a torneira abriu

29-09-2013 16:04
Lembro-me bem. Era hora de almoçar. E o velho cano, envelhecido e empedernido pelo tempo, secara faz tempo. Naquela hora, porém e de súbito, inesperadamente, jorrou em bátega. Sem aparente ou racional razão. Como tudo o que vem da alma. Quero crer na versão dos canalizadores, especialistas na matéria, que me indicaram o autobloqueio inconsciente da tubagem, feito de restos putrificados (basicamente lixo) acumulados pelo tempo e pela força da corrente. Fortíssima e paralisadora. A mesma que empurra a Vida prá frente contra ventos e marés, nos tufões e nas tempestades. Aquela que só aos sobreviventes assiste. Quem viu, não pôde ficar indiferente. E nos dias mais escuros, é certa a romaria àquele altar de coragem, verdadeira fonte de inspiração. Para seguir em frente.

A "Tarde-tardinha"

09-09-2013 23:02

Quando o Sol se põe, a "Tarde-tardinha" começa a tomar o seu belo pequeno-almoço.
Sem cerimónias, ataca o tabuleiro dos scones e o seu chá de camomila.
Abre a porta e sai para a rua.
Manda entrar o calor e recolher os pássaros.
Orienta a direcção dos girassóis para o horizonte longínquo, onde os restos do Sol ainda se podem ver.
A "Tarde-tardinha" é assim.
Muito determinada e mandona.
E esperta!
Nunca relacionamos nada com ela, mas é ela quem comanda sempre a "roda-viva" até à "noite-escura" que se aproxima!
É à "Tarde-tardinha" que fica a hora de acabar os trabalhos de casa, de preparar o saco para o dia seguinte e de mergulhar na banheira.
Depois, vem o papá.
Aí, já ela tem o pijama vestido e está prestes a render-se ao cansaço que a sua irmã "noite-escura" espirra quando acorda.
Já adormeci um dia com ela.
Foi num dia comprido de Verão, cheio de praia e de jogos de bola, e a "Tarde-tardinha" chegou fora de horas.
"Deve ter adormecido!", pensei eu na altura.
E li mais uma página do livro quadrado, já em enorme esforço para manter os olhos abertos.
A mamã contou-me que, quando ela chegou, me foi encontrar aninhado numa toalha amarela de feltro junto ao sofá do meu quarto.
O calor tinha recolhido mais tarde e os pássaros ainda piavam.
Tudo por causa da atrasada da "Tarde-tardinha"!
Hoje suspeito que me esteve a ver o tempo todo, deliciado com as palavras redondas no meu livro, no chão do quarto, junto ao sofá, tendo a toalha amarela como almofada.
E que quis embalar-me até a um sonho bom.
Afinal, é querida a "Tarde-tardinha"!
Amiga "Tardinha", um grande beijo de boa noite!
Vou jantar.
 

 

FuteLoL

06-09-2013 23:19

Adoro futebol. Talvez por ser filha única de uma amante deste desporto que acompanhava até os jogos de domingo de manhã dos miúdos: infantis, iniciados e juvenis (há trinta tal anos eram assim que chamava). E que nunca perdia um jogo dos “grandes”. Mas mais do que o desporto em si, amo a atmosfera e o ambiente, o circo, especialmente o jornalístico, que é montado à volta de cada jogo e jornada, e torna este desporto genial. Em Portugal, falta dizer. O antes mas, sobretudo, o depois, com muito zapping à mistura, seja na televisão ou na rádio. E aí está ao nosso dispor o melhor espectáculo de entretenimento a que se pode assistir. Portugal tem mesmo este Fado, deste desporto que eu Amo, desta lusa versão FuteLoL.

Silly Season

04-09-2013 23:20

 

Há décadas que a expressão existe.

Normalmente é associada a períodos de menor actividade dos raciocínios.

Conotada com férias, calor e bloqueio dos neurónios, é a desculpa perfeita para a preguiça de muitos e começa a roçar o kitsch e o grosseiro quando invocada em textos supostamente respeitáveis.

Este anglicismo pode servir, porém, outros propósitos.

E ilustrar na perfeição outro tipo de estados (sólidos líquidos ou gasosos, mas quase sempre tóxicos), de alma ou coração, muito perto de nós.

Acho a expressão simpática, com uma fonética “divertida” e sempre, sempre desculpante. O que me aborrece um bocadinho por reconhecer a minha perda progressiva de um determinado tipo de tolerância.

A realidade que supera largamente a ficção (frase feita, que assumo!) personificou na minha cabeça esta expressão e converteu – a, no meu léxico, em  “seasonally silly & stupid state of mind”.

Agravada ou não pela idade ou por outras circunstâncias, a fase “ devia estar fechado num armário bem grande com fechadura à prova de som e de bala” atravessa gerações e (des) níveis e ameaça a pandemia, tal a gravidade, sobretudo para os próprios.

Agarro-me, porém, inconscientemente à esperança de uma vacina eficaz.

E ao benefício do desfasamento temporal dos picos agudos desta praga no universo dos infectados.

Alívio assim o sofrimento de gerir em permanência uma sucessão de acções insanas, despropositadas e estúpidas, com variação sazonal de seus autores e a crença sentida na possível recuperação de parte deles.

Há um “não-sei-quê” de Pasteur em mim que ainda acredita.

Seasonally.

Queridos mudei a casa!

23-07-2013 22:50

 

A redecorar a alma.

A pintar paredes, retocar as imperfeições e tapar as frestas do estuque fracturado pelo tempo.

Nas janelas cortinas novas, mais compridas. Mas sempre translucidas, porque a importância da luz não pode ser descurada pelo olhar. E esse vai direitinho à alma. No meu caso, sem filtros ou blackouts.

Escolho o encarnado como tom. Por precisar de força talvez. Ou simplesmente porque me aquece.

Nada ao acaso.

Um impulso agora explicado. Espontâneo na altura. Tão racionalmente óbvio agora.

Que alegria esta azáfama!

Contente só com a decisão e tão felizmente perdida nos pormenores.

O detalhe rendilhado de cada esquina, recanto e rodapé. Os mimos de cada adorno almejado.

O tempo que passa mais depressa e o vagar prazeroso do disfrute do antevisto resultado final.

Mesmo sem patrocínios, parece-me que posso dizer: “Queridos mudei a casa”. 

Escrever em directo

21-07-2013 20:43

Um dia escrevo em “directo”.

Hoje é o dia.

“Cada macaco no seu galho” lá diz o ditado e é bem verdade

Há em nós um não-sei-quê que, nos momentos-chave, nos aproxima de uns e nos afasta de outros.

Cansei-me de contrariar este ditado e seus derivados.

Exausta de lutar. De tentar confundir-me com uma equipa que não é a minha.

Como um conjunto de peças de um puzzle no qual sobro sempre.

Por razões várias, me afasto.

Em busca do bem, do melhor, do mais certo, tudo do meu ponto de vista.

Que vale o que vale.

Disse.

Do céu caiu um PDE

11-07-2013 20:24

Foi com alguma resistência que investiguei a sigla.

Decorriam os primeiros dias do ano e o grande chefe insistira comigo.

Naquele dia decidi ligar, depois de arrastar para a causa mais dois dos meus pares.

Ambos dizíam o mesmo: se queremos fazer bem, não temos tempo. Vai ser impossível aguentar o barco, sobretudo no meio do turbilhão que se avizinha.

Insisti (quase) contra vontade. E dei o exemplo marcando a primeira conversa na escola e comunicando-lhe que os seus nomes já estavam entregues.

Se sonhassem como lhes dava razão, sendo que no meu caso, tudo era agravado pela rotina solitária de uma mãe de um pré adolescente de 11 anos, com uma carreira e - às vezes -  o Mundo inteiro às costas.

Mas não cedi.

Pedi para bloquearem a agenda e avancei.

A 30 de Janeiro são curiosamente também 30 os novos colegas da turma, da tormenta que a minha vida ameaçava tornar-se nos meses seguintes.

Um tiro no pé, pensei.

Naquele dia, e também nas semanas que seguiram encantou-me o regresso à carteira de uma sala de aulas, aos horários e apontamentos, à discussão retórica, a grupos de trabalho. Uma aproximação tímida e algo reservada à Escola, agora em formato mais sério e circunspecto.

O regresso a um passado, embalado (embalada eu também!) porém com um papel diferente.

Passei a integrar um grupo sui generis, feito de grandes diferenças na origem e no percurso individual, capaz de seduzir o mais difícil dos temas com uma abordagem inteligente e desprovida de preconceitos académicos, feita de saber-fazer, de experiencia acumulada, de humor e de polémica.

Um sub-grupo de trabalho extraordinário, que só o acaso não explica, onde pude reconhecer solidariedade, inteligência, partilha, trabalho, preocupação, entreajuda sincera e desinteressada. Os powerpoints, mails e telefonemas que passaram a fazer parte da nossa rotina de fim de semana vão deixar saudades.

A todos os colegas do PDE um obrigada franco.

Foi um gosto conhecer-vos e poder partilhar a vossa inteligência, sagacidade e boa disposição.

Se pudesse, contratava-vos a todos. As vossas empresas têm muita sorte em vos terem como profissionais. Parabéns!

Ao grupo 4, o melhor do 53º PDE, uma palavra especial.... colegas, mas hoje, já Amigos muito queridos:

À Sandra, a financeira, rigorosa e criativa, trabalhadora e cerebral, mas sobretudo maternal. Partilhámos gargalhadas e confidências. Como só os amigos fazem. Obrigada. Mesmo.

À Ritinha “presidente”, “ menina-mulher-mãe-directora”, rigorosa e metódica, de uma paciência a toda a prova. Segue em frente. É um orgulho ter-te como homologa nesta luta diária dos Rh. És fantástica.

Ao Ricardo, o equilíbrio em pessoa (como te invejo!), de uma humildade exemplar, um “bem disposto”, o Amigo. Um dia ainda hei-de ver-te com uma daquelas calças verdes da Hugo Boss…

Ao Peter, The Bitter, o caústico, o crítico, o inteligente-divergente. Foste fundamental no grupo. Admiro-te. Um dia quando fores (ainda mais) importante lembra-te aqui da Sofia.

Ao Joãozinho, o homem dos números, perdido em raciocínios que me transcendem, com uma dose de paciência, calma e tranquilidade que, se em circunstâncias normais irritaria a minha irrequietude, no caso a amenizou francamente. Muito obrigada por tudo.

Ao Luís, o sereno de Leiria, sempre solidário, tranquilizador e cumpridor. A batuta do bom senso. Foi um privilégio.

Ao Nuno: é incrível como uma imagem pode contrastar tanto com uma personalidade. Tens um dos melhores sentidos de humor que conheço, capaz de dar dez a zero a alguns pseudo- artistas. Very british o nosso engenheiro da eléctrica nacional que – surpresa ! -  tal como eu, detesta, os números. Sem ti, o grupo – e refiro-me mesmo a todo o PDE – não seria o mesmo. Felicidades.

Uma palavra final à escola, ao senhor director do curso, aos professores e à nossa Filomena: parabéns. O vosso trabalho é muito maior do que o cargo que exercem.

Graças a todos vou morrer de saudades desta coisa.

Do céu caiu um PDE.

E hoje é um ser humano mais rico que vos escreve.

Beijo enorme.

Pendentes

18-06-2013 19:42

Era tarde e ela não havia meio de bater à porta. Rebolei-me na cadeira e comecei a rever mentalmente as suas últimas palavras. Confortavelmente apoiado, iludi a dor da sua ausência e do antebraço. Passaram 3 horas e aquele ´fica bem´ soara-me a adeus. Os assuntos pendentes costumam enervar-me mas, no caso dela, alimentavam-me a esperança de um reencontro. Infeliz, mas reencontro. Sei de histórias redondas, feitas de pendentes propositadamente renovados, em que cada interjeição, cada hesitação verbal, conta como um pretexto para um novo tema de (des)acordo sobre o qual é preciso reflectir, preferencialmente com urgência, muita urgência, cara-a-cara. E assim sucessivamente. Antes fosse este o caso. Passaram 3 horas e apenas reconheço em mim essa urgência a que me refiro, a ansiedade do seu toque, mesmo que amargurado pela discussão que adivinho. Resisto à tentação de abrir a tarte que está ao meu lado, preparada carinhosamente para o almoço de um dia especial, abruptamente rejeitada horas antes e que consegui fazer escapar à gula das inesperadas visitas da ocasião, às quais me estupidamente me verguei. Resisto também ao formigueiro do pé esquerdo sobre o qual estou sentado vai para mais de meia hora. Acho agora, como há 3 horas, que as nossas razões não se confundem, não se tocam. São como discursos paralelos, passíveis de ser feitos a audiências diferentes, e sem qualquer ponto de contacto. Ambas críveis e defensáveis, conforme a perspectiva e autor do discurso, a sua lógica e o tempo que coloca nos verbos. Este pensamento perturba-me de vez por perceber à clarividência a pacificidade da situação, a inexistência de pendentes, a imensa calmaria de umas águas paradas. E esse cenário intranquiliza-me e descontrola-me, mais ainda do que a arrogância e orgulho das minhas palavras naquele almoço interrompido e invadido por estranhos, que a perturbaram ao ponto de sair. Resta-me o consolo de aumentar ao meu espólio de conversas de serão com mais um episódio teatral. Posso finalmente abrir esta tarte triste pousada na mesa, o único pendente que me resta dela, para além do rasto do seu perfume na sala.

Tenho uma formiga amiga

14-06-2013 18:53

“Lamento, não sabia. Ignorei sinais vermelhos e nem dei por isso. Tropecei na armadilha da solidão e percorri uma auto-estrada que não era a minha. Mais ou menos como uma formiga perdida que desesperadamente insistiu em entrar num carreiro que não é seu e que todos já observámos um dia, onde quer que haja formigas. Apesar de percorrido por outros seres iguais, que caminham desenfreadamente com rumo e com passo certo, harmonizando-se entre si, são evidentes os sinais de indiferença e repulsa que afastam quem não pertence àquele trilho, preferencialmente com agressividade despudorada. Como uma purga natural e espontânea.”

Sorrio.

Gostava de poder ajudar o pobre bicharoco a enfrentar esta realidade, com a distância que só uma observação desapaixonada permite. É tão verdade que quanto mais de perto observamos, pior conseguimos ver! Ainda ontem no trailer de uma estreia qualquer no cinema revi esta “lapalissada” monumental. Tão óbvia como fazer sol no Verão. Tão invisível quanto o tamanho da esperança da formiguinha perdida. Mas as formigas não vêm televisão.

Durante muito tempo, e de uma forma sentida e autêntica, a formiga desenvolveu os comportamentos que, apesar de seus, autênticos e genuínos, orientou totalmente à entrada na fileira de “irmãs”, investindo tudo em alcançar uma direcção. Sobreveio agora, porém, o dilema e o desacato interior, a inquietação, quando é confrontada com a pedra no caminho que as outras insistem penosamente em subir, com adição de esforço suplementar, quando (está-se mesmo a ver!) poderia ser torneada em menos que metade do tempo e de suor. E pior nem é isso. Pior é perceber a mentira, o embuste, o desamor e a irresponsabilidade que continuam a embalar o ritmo da dança das viajantes, como coisas naturais, banais entre pares. Enfim, de valores que não reconhece como seus.

Esta formiga percebeu tarde demais que uma coisa são trilhos e outra são caminhos.

E que, apesar de pontual ou esporadicamente se poderem tocar, se tratam de coisas diferentes, que se distinguem principalmente pela orientação no percurso, vertida nas coordenadas que nos guiam.

Escolheu caminhar. 

O passado

13-06-2013 19:49

Truz-truz.

Quem é?

É o passado.

O passado, murmuro….

Passou-se!

E o que queres, ó passado?

Quero entrar. Ser presente.

Abri a porta.

Está passado, o passado!

Leio-lhe no olhar.

E pergunto, qual capuchinho vermelho inocente: porque me olhas com esses olhos tão grandes, com esse olhar tão profundo?

É para te hipnotizar com memórias – responde, fazendo-me perceber a firmeza de intenções.

Entrou.

Estará presente?

Num semaforo ao pé de si...

13-06-2013 15:10

Tiro do bolso um papel.

Notas soltas de uma canção por terminar.

Já tão sumida quanto desejava os últimos meses da memória.

Aparentemente contém os acordes perfeitos, de uma harmonia assustadoramente feliz.

Mas que desapareceram agora no silêncio de uma melodia triste que passa na radio quando paro no semáforo.

Queria ler com mais atenção, mas não consigo.

Conto até dez e prossigo sem ler.

Tocam, porém, ainda ensurdecedoras as linhas deste papel.

Sigo em frente: está verde.

Ira

12-06-2013 08:10

Mais um dia em que constato com grande tristeza e apreensão as toneladas de massa encefálica por usar que circulam por aí.

Esponjosa e inerte, como as embalagens que as transportam.  

Acho que ainda se vê a etiqueta num caso ou noutro. Novas, por estrear.

O maior banco de órgãos “ nados – vivos “ que conheço.

Irra! 

Inventei-te

11-06-2013 19:37

Inventei-te.

Não és real.

Porque insistes?

Não desistes

Quando nem sequer existes?

Abandonei-te.

Abandonei-Me, corrijo.

Fui eu que errei afinal.

Lisboa dos Santos

11-06-2013 18:44

Ó meu rico Santo António

Já me valeu um manjerico

Nunca mais é 4ª feira

Para voltar ao bailarico

 

Está na minha cabeceira

Verde roxo e dourado

Santinho mais que adorado

Nessa noite fica acordado:

Há festa queira ou não queira!

 

Bica, Castelo e Alfama

Ai de nós ó perdidos lisboetas

Obrigatória uma paragem na Sé

Depois de quilómetros a pé

Próximo destino: cama

 

Ou a memória me atraiçoa

Ou há anos que é assim

Adoro-te Lisboa dos Santos

Chegou Junho.

Até que enfim!

 

A tabuada do Zero

10-06-2013 16:50

A tabuada do zero

1 x 0 = 0

2 x 0 = 0

3 x 0 = 0

4 x 0 = 0

E assim sucessivamente.

Moral da história: Keep on sending postcards.

Somethings do never change.

Dia 1

10-06-2013 15:05

Há uma inevitabilidade qualquer associada ao destino.

Aliás, acho mesmo que a palavra foi inventada para a justificar, e sempre porque acontece algo de mau ou que não corresponde às nossas expectativas.

Pessoalmente, detesto as justificações se elas não conduzirem a lado nenhum.

Por isso, não gosto do destino e muito menos da inevitabilidade que ele justifica.

Sei pouco de semântica e menos de hermenêutica.

Mas conheço algumas figuras de estilo.

Gosto. Quando fazem jus ao nome, ou seja, se usadas “com estilo”.

Uma vez, fui ao cinema e dei comigo a pensar na inveja que sustenta o êxito do criador e que move multidões (eufóricas ou furiosas) à sua volta.

Mas porque é que uma história menos que simples não ocorre ao comum dos mortais? Ou mesmo aos menos comuns que, por exemplo, em Portugal são que lêem livros ou visitam museus?

Será o destino ser tão capaz, criativo ou talentoso, para prender milhões a um ecran com a história mais banal do Mundo?

É que com esta explicação para o destino simpatizo. E quero continuar por aqui.

Os olhos mais abertos para um pormenor, o espirito observador puro, despido de juízos (ou pelo menos subtilmente inócuo aos mesmos), um rasgo de criatividade ou uma coincidência de sucessão de ideias, será inevitabilidade ou destino?

Adoro o prazer da divagação. Sem fronteiras e limites. E aprecio com bom gosto o caminhar no escuro, deixando cair ideias e assentando outras, arriscando tropeçar nas primeiras e segurar-se às segundas, sem perceber de vez se as premissas são as certas.

Quando vivo não penso. Ouso mesmo dizer serem acções incompatíveis.

Só queria ter a certeza que há padrões. E que os extravaso frequentemente. Despadronizando por aí.

Não gosto nada de ser assim. Mas isto é pura teoria.

Há um sal tão maldoso nesta dieta dos feitios que a torna profundamente apetitosa. E mais arriscada do que fumar 40 cigarros por dia.

Encantadora na degustação. Dolorosa até ao âmago na digestão.

Hoje vai ser diferente porque abro este espaço de confronto convosco, palavras minhas, que as pontas dos meus dedos materializam e que me agridem quase sempre. Espero que sirva para alguma coisa.

Há um tempo e um dia para tudo.

Hoje é dia 1 do “maria vai com as outras”.

Será destino?