O dia em que a torneira abriu
29-09-2013 16:04
Lembro-me bem. Era hora de almoçar. E o velho cano, envelhecido e empedernido pelo tempo, secara faz tempo. Naquela hora, porém e de súbito, inesperadamente, jorrou em bátega. Sem aparente ou racional razão. Como tudo o que vem da alma. Quero crer na versão dos canalizadores, especialistas na matéria, que me indicaram o autobloqueio inconsciente da tubagem, feito de restos putrificados (basicamente lixo) acumulados pelo tempo e pela força da corrente. Fortíssima e paralisadora. A mesma que empurra a Vida prá frente contra ventos e marés, nos tufões e nas tempestades. Aquela que só aos sobreviventes assiste. Quem viu, não pôde ficar indiferente. E nos dias mais escuros, é certa a romaria àquele altar de coragem, verdadeira fonte de inspiração. Para seguir em frente.