Foi com alguma resistência que investiguei a sigla.
Decorriam os primeiros dias do ano e o grande chefe insistira comigo.
Naquele dia decidi ligar, depois de arrastar para a causa mais dois dos meus pares.
Ambos dizíam o mesmo: se queremos fazer bem, não temos tempo. Vai ser impossível aguentar o barco, sobretudo no meio do turbilhão que se avizinha.
Insisti (quase) contra vontade. E dei o exemplo marcando a primeira conversa na escola e comunicando-lhe que os seus nomes já estavam entregues.
Se sonhassem como lhes dava razão, sendo que no meu caso, tudo era agravado pela rotina solitária de uma mãe de um pré adolescente de 11 anos, com uma carreira e - às vezes - o Mundo inteiro às costas.
Mas não cedi.
Pedi para bloquearem a agenda e avancei.
A 30 de Janeiro são curiosamente também 30 os novos colegas da turma, da tormenta que a minha vida ameaçava tornar-se nos meses seguintes.
Um tiro no pé, pensei.
Naquele dia, e também nas semanas que seguiram encantou-me o regresso à carteira de uma sala de aulas, aos horários e apontamentos, à discussão retórica, a grupos de trabalho. Uma aproximação tímida e algo reservada à Escola, agora em formato mais sério e circunspecto.
O regresso a um passado, embalado (embalada eu também!) porém com um papel diferente.
Passei a integrar um grupo sui generis, feito de grandes diferenças na origem e no percurso individual, capaz de seduzir o mais difícil dos temas com uma abordagem inteligente e desprovida de preconceitos académicos, feita de saber-fazer, de experiencia acumulada, de humor e de polémica.
Um sub-grupo de trabalho extraordinário, que só o acaso não explica, onde pude reconhecer solidariedade, inteligência, partilha, trabalho, preocupação, entreajuda sincera e desinteressada. Os powerpoints, mails e telefonemas que passaram a fazer parte da nossa rotina de fim de semana vão deixar saudades.
A todos os colegas do PDE um obrigada franco.
Foi um gosto conhecer-vos e poder partilhar a vossa inteligência, sagacidade e boa disposição.
Se pudesse, contratava-vos a todos. As vossas empresas têm muita sorte em vos terem como profissionais. Parabéns!
Ao grupo 4, o melhor do 53º PDE, uma palavra especial.... colegas, mas hoje, já Amigos muito queridos:
À Sandra, a financeira, rigorosa e criativa, trabalhadora e cerebral, mas sobretudo maternal. Partilhámos gargalhadas e confidências. Como só os amigos fazem. Obrigada. Mesmo.
À Ritinha “presidente”, “ menina-mulher-mãe-directora”, rigorosa e metódica, de uma paciência a toda a prova. Segue em frente. É um orgulho ter-te como homologa nesta luta diária dos Rh. És fantástica.
Ao Ricardo, o equilíbrio em pessoa (como te invejo!), de uma humildade exemplar, um “bem disposto”, o Amigo. Um dia ainda hei-de ver-te com uma daquelas calças verdes da Hugo Boss…
Ao Peter, The Bitter, o caústico, o crítico, o inteligente-divergente. Foste fundamental no grupo. Admiro-te. Um dia quando fores (ainda mais) importante lembra-te aqui da Sofia.
Ao Joãozinho, o homem dos números, perdido em raciocínios que me transcendem, com uma dose de paciência, calma e tranquilidade que, se em circunstâncias normais irritaria a minha irrequietude, no caso a amenizou francamente. Muito obrigada por tudo.
Ao Luís, o sereno de Leiria, sempre solidário, tranquilizador e cumpridor. A batuta do bom senso. Foi um privilégio.
Ao Nuno: é incrível como uma imagem pode contrastar tanto com uma personalidade. Tens um dos melhores sentidos de humor que conheço, capaz de dar dez a zero a alguns pseudo- artistas. Very british o nosso engenheiro da eléctrica nacional que – surpresa ! - tal como eu, detesta, os números. Sem ti, o grupo – e refiro-me mesmo a todo o PDE – não seria o mesmo. Felicidades.
Uma palavra final à escola, ao senhor director do curso, aos professores e à nossa Filomena: parabéns. O vosso trabalho é muito maior do que o cargo que exercem.
Graças a todos vou morrer de saudades desta coisa.
Do céu caiu um PDE.
E hoje é um ser humano mais rico que vos escreve.
Beijo enorme.